
RIO DE JANEIRO,
A NOSSA POBRE CIDADE MARAVILHOSA
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
Sim, choramos pelo sucedido e pelo que poderia ter sido evitado...
Pelo que acontece num repetição descabida do mesmo filme de destruição
e de morte já visto em outros anos e em outras oportunidades.
Políticos e autoridades que se apresentam diante de microfones e de câmeras de TV
repetindo a mesma ladainha já ouvida tantas e tantas vezes.
Num suceder de explicações que nada explicam.
Nem podem.
Afinal o que eles fizeram pela cidade?
O que foi feito preventiva e corretivamente para que as águas não invadissem
ruas, avenidas, casas, edifícios, condomínios, garagens, indústrias, comércios, etc
e se precipitassem torrencialmente dos morros e das elevações, formando rios
e cachoeiras caudalosas e destruidoras?
Sim, o que foi feito a não ser pouco ou quase nada?
Com muita conversa, promessas vazias e muito dinheiro canalizado para os bolsos
das empreiteiras e depois para os políticos e para os nossos governantes,
que sempre são os beneficiários finais de todas as catastófres que acontecem
nas cidades de nosso país.
Sim, anos de abandono e de pouco caso com todos nós, os verdadeiros cidadãos
dessa cidade e desse país, que não jogam lixo nas ruas nem poluem as nossas ruas
e nem os nossos bairros com detritos e com tudo o que não mais desejamos manter
e conservar em nossas casas.
E revolta a todos nós que mais uma vez se jogue a culpa no excesso de chuva
sem que, quem de direito, as autoridades, se preocupem em limpar bueiros,
nem em fazer as obras necessárias de contenção às águas torrenciais
que descem das regiões mais elevadas.
Nem em drenar rios, córregos, lagoas e mananciais que estão repletos de lixo
não degradável.
E que nesses locais permanecerão durante dezenas e, em alguns casos, centenas
de anos sem que desapareçam se não forem dali retirados.
Sim, gastam-se bilhões de reais promovendo uma Copa do Mundo,uma Olimpíada
e Carnavais todos os anos dando ao povo o que eles esperam dos políticos: música,
ilusão, festas e circo.
É uma alegria falsa que tanto entusiasma a massa ignara, inculta e despreparada
para ser de fato ser humano e ser gente.
E através de uma bolsa família, de uma bolsa escola e de outras bolsas
alimentam-se os miseráveis, e muitos que não o são, com uma panacéia que
substitui, de forma fácil e simplista, a verdadeira solução: ensinar a pescar,
para que cada um possa ter o peixe com que matar a sua fome.
Mas para os nossos governantes não é necessário pescar, nem ser cidadão de fato,
nem manter a cidade limpa, nem cuidar para que as crianças, os jovens e os idosos
não vivam nas ruas nessa cidade que de maravilhosa hoje já resta tão pouco.
Sim, 200/500 ou 1000 mortes nada disso importa para a maioria.
São números que aparecem nos noticiários, como se atrás deles não existissem
seres humanos que perderam a vida, casas, famílias, bens, etc.
E Cabral, Paes e Lula riem, esbravejam, aparecem a toda hora, buscando
palavras bonitas para, mais uma vez, iludirem a população com promessas
de que tudo vai mudar!
Que nada disso acontecerá no futuro (qual) se não houver mais uma catástrofe
como essa!
E o nosso povo logo esquece tudo e se prepara para votar entre o péssimo
ou o ruim.
Como se votar em algum dos dois candidatos, o do governo e o de uma falsa
oposição, fizesse alguma diferença.
Como se ambos não fossem parte de uma mesma moeda com duas faces.
Sim, é triste chorarmos pela nossa cidade e pelo nosso país, onde a hipocrisia
e o cinismo são transformados em show que se repete diante de nós pelas TVs
e pelas rádios todos os dias.
Como se o mais importante fosse a escolha de um presidente, de um governador
e de seu séquito de deputados, etc.
Mas, infelizmente, as nossas lágrimas não conseguem lavar as ruas dessa cidade,
nem avivar a memória de uma maioria que, sem refletir, prepara as próprias
covas, aceitando passivamente, ou acreditando nas mentiras, nas promessas
e nas ilusões falsas e mentirosas que os seus governantes defendem e apregoam
todos os dias.
Sim, repete-se o filme mais uma vez.
Cemitérios recebendo uma nova leva de cadáveres prontos, para serem
devidamente enterrados e esquecidos.
Aliás para os nossos governantes, eles nunca existiram!
Sumiram!
E são tão somente números, nada mais!
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA

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